sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

PROFECIA SOBRE O FIM DOS TEMPOS

PROFECIA SOBRE O FIM DOS TEMPOS





















Por Santo Ambrósio de Optina

Tradução de Rafael Resende Daher

Santo Ambrósio de Optina

Meus filhos, saibam que os últimos dias estão chegando; e como disse o Apóstolo, eles serão pobres em piedades, e heresias e cismas irão aparecer nas igrejas; e como disseram os Santos Padres, não haverá nos tronos dos Mosteiros hierarcas que não sofrerão testes e tentações na vida espiritual. Portanto, heresias irão se espalhar e enganar a muitos. O inimigo da humanidade irá atuar com esperteza, e se fosse possível, ele levaria à heresia até mesmo os escolhidos. Ele não começará negando os dogmas da Santíssima Trindade, a divindade de Jesus ou a Theotokos, mas começará a distorcer os ensinamentos dos Santos Padres, em outras palavras, o próprio ensinamento da Igreja.


A astúcia do inimigo e seus caminhos será conhecida por muito poucos - apenas aqueles que possuírem mais experiência na vida espiritual. Hereges irão dominar a Igreja, em todos os lugares, e irão nomear os seus servos, e a espiritualidade será negligenciada. Mas o Senhor não irá abandonar os Seus servos. Na verdade, o dever do inimigo é perseguir e prender os verdadeiros pastores, pois sem isso, o rebanho espiritual não poderá ser capturado pelos hereges.



Então, meu filho, quando você ver nas Igrejas o deboche dos atos Divinos, dos ensinamentos dos Santos, e da ordem estabelecida por Deus, saiba que os hereges já estarão presentes. Também fiquem atentos por um tempo, pois eles irão esconder suas más intenções, ou poderão deformar a fé divina secretamente, para que tenham sucesso ao lubridiar e enganar os inexperientes.



Eles irão perseguir os pastores e os servos de Deus, pois o demônio que estará dirigindo a heresia não terá força para destruir a ordem Divina. Como lobos em pele de cordeiro, eles serão reconhecidos por suas vanglórias, amor pela cobiça e poder. Todos eles serão traidores, causarão ódio e malícia em todos os lugares, o Senhor disse que eles podem ser facilmente reconhecidos pelos seus frutos. Os verdadeiros servos do Senhor são mansos, amam o irmão e obedecem a Igreja (ordem, tradições).



Nesta época, monges irão sofrer grande perseguições dos hereges, e a vida monástica será ridicularizada. As famílias monásticas serão empobrecidas, e o número de monges irá cair. Os que permanecer sofrerão violência. Estes inimigos da vida monástica, que terão apenas a aparência de piedade, irão lutar para levar os monges para o seu lado, prometendo-os proteção e coisas mundanas (conforto), mas ameaçarão com o exílio aqueles que não se submeter a eles. Com essas ameaças, os fracos de coração serão humilhados (atormentados).



Se você viver para ver este tempo, alegre-se, pois nesta época o fiel que não tiver nenhuma virtude receberá sua coroa apenas por permanecer na verdade, segundo a palavra do Senhor: "Quem, pois, me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante do meu Pai que está nos céus".



Tema ao Senhor, meu filho, e não perca essa coroa assim como os que foram rejeitados por Cristo e foram para as profundezas da escuridão do tormento eterno. Permaneça na verdade com bravura, e se necessário, sofra as perseguições e outras tribulações com alegria, pois apenas assim o Senhor permanecerá com você... e os santos mártires e confessores irão alegremente observar a sua luta.



Mas nestes dias, infeliz do monge que tiver posses e riquezas, e daqueles que, pela salvação de seu conforto, concordar se submeter aos hereges. Eles irão acalmar suas consciências dizendo: salvamos o Mosteiro, e o Senhor nos perdoará. Desafortunados e cegos, eles nem mesmo pensarão que por suas heresias os hereges entrarão no Mosteiro, e que ele não será mais um santo Mosteiro, mas de suas paredes a graça de Deus partirá para sempre.



Mas Deus é mais poderoso que o demônio, e Seus servos nuca serão abandonados. Sempre haverá verdadeiros Cristãos, até o fim dos tempos, mas eles irão escolher lugares solitários e desertos. Não tema as tribulações, mas tema a perniciosa heresia, pois ele afasta da Graça Divina, e nos separa de Cristo, pois Cristo nos mandou considerar e tratar o herege como um pagão e publicano.



E então, lute, meu filho, permaneça firme na Graça de Cristo Jesus. Com alegria, aumente sua confissão e agüente o sofrimento como um bom Soldado de Cristo, que disse: "Sejam fiéis até a morte, e eu os darei a cora da vida". 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

O Concílio de Cartago no período de S. Cipriano


O Concílio de Cartago no período de S. Cipriano



 Traduzido pelo Presbítero Pedro Anacleto

Prolegômenos.



Houve três concílios regionais que foram realizados em Cartago, uma cidade na África, em relação ao rebatismo, no tempo de São Cipriano, o mártir. Um deles foi no ano 255 D.J.C. e no quarto ano do reinado de Valeriano e Galieno, ao qual foi decretado que ninguém poderia ser batizado fora da Igreja, uma vez que a Igreja reconhece somente um batismo, daí os hereges que se juntam à Igreja Católica tem que serem rebatizados. Mas as pessoas que foram batizadas anteriormente canonicamente pela Igreja Ortodoxa e, mais tarde tornam-se hereges, deve ser aceito ao voltar para a Ortodoxia, não pelo batismo, como Novatius estava afirmando, mas unicamente pela oração e imposição das mãos (sobre os quais ver também can. VIII do 1 º), como é claramente evidente a partir da carta dirigida a Quintus por Cipriano e numerada 71. Um segundo concílio foi realizado no ano 258 (ou 256 de acordo com Milias no primeiro volume dos Concílios). Estiveram presentes 71 bispos da Numídia e de outras partes da África, a quem São Cipriano tinha reunido a fim de que eles pudessem afirmar com maior força e efeito e confirmar o decreto relativo ao rebatismo que tinha sido estabelecido no concílio anterior. Eles primeiro decretaram que todos aqueles que estavam na Igreja, ou seja, fossem clérigos, e deixassem a fé, eram para serem aceitos  ao seu regresso apenas como leigos, e em segundo lugar, que o batismo realizado por pessoas que eram hereges era tão inválido que, quando convertidos teriam de serem batizados na forma ortodoxa, mas não deviam ser considerados para serem batizados pela segunda vez, mas deve ser considerado como receber o batismo pela primeira vez em sua vida, e além de tudo que eles nunca tinham tido qualquer verdadeiro batismo. Mas um terceiro concílio também foi realizado em Cartago, no mesmo ano pelo mesmo São Cipriano, e foi assistido por 84 bispos. Ele enviou a carta conciliar presente canônica, que é o mesmo que dizer o Cânon presente, ao Bispo Joviano e seus colegas bispos, como Zonaras afirma (e como a própria carta indica claramente), porque esse bispo perguntou ao divino Cipriano se os Novacianos cismáticos devem ser batizados com a adesão à Igreja católica. Mas como muito aprendido de Dositeu (p. 55 do Dodecabiblus) diz, foi por causa de uma carta que foi enviada pelo segundo concílio acima mencionado ao Papa Estevão de Roma revelando o que havia decidido e decretado sobre o rebatismo; Estevão, convocando um concílio em Roma, invalidou a carta ao decretar que o batismo de hereges que batizam como a Igreja não deveria estar em vigor duplo, ou seja, repetido, como afirma Cipriano em sua carta a Pompeu Sabratensio, um bispo na África. Portanto, para o propósito de proporcionar a confirmação completa da necessidade de rebatismo e do batismo realizado uma vez e duas vezes como determinado pela decisão conciliar, e tendo em vista a rejeição do que havia sido decretado pelo Papa Estevão, este terceiro Concílio foi convocado por São Cipriano, e emitiu o presente Cânon. Note que embora este Concílio ter sido colocado na frente de todos os Concílios Ecumênicos e outros concílios regionais devido ao fato de que precedeu todos eles no ponto de tempo, ele foi colocado aqui depois deles na seqüência e os Concílios Ecumênicos foram introduzido à frente, colocando depois o presente Concilio, sendo regional, é de menor importância e tem menos reivindicação a uma colocação à frente. (Veja Dositeu sobre estes concílios nas páginas 53 e 975 da Dodecabiblus;. E ver p. 98 do primeiro volume dos Registros Conciliares) Esta mesma regra foi observada também em relação ao outros concílios regionais que precederam aos Concílios Ecumênicos , a de ser colocado, isto é, depois dos Concílios Ecumênicos em virtude da sua autoridade. Quanto a São Cipriano, que reuniu esses três Concílios, sofreu o martírio no reinado do imperador Décio. O maravilhoso elogio que a língua teológica de São Gregório concedeu à sua santidade é suficiente para o seu louvor. 

Cânon.


1.                  Enquanto reunidos em um parlamento, queridos irmãos, lemos cartas enviadas por vocês a respeito daqueles que estão presumidos entre os hereges ou cismáticos tem sido batizado e que estão se unindo à Igreja católica, que é uma única instituição em que somos batizados e somos regenerados , sobre quais fatos estamos firmemente convencidos de que vós mesmos, ao fazer isso estão garantindo a solidez da Igreja católica. No entanto, na medida em que você está na mesma comunhão conosco e quer saber mais sobre este assunto por conta de um amor comum, somos movidos a dar-lhe, e combinamos em fazer assim, não uma opinião qualquer recente, nem algo que tenha sido só hoje estabelecido, mas, pelo contrário, aquilo que tem sido experimentado e testado com toda a precisão e diligência de outrora pelos nossos antecessores, e que tem sido observado por nós. Ordenando isso também agora, que temos sido fortemente e firmemente, assegurando ao longo do tempo, nós declaramos que ninguém pode ser batizado fora da Igreja católica, não sendo, mas um só batismo, e sendo este existente só na Igreja católica. Pois tem sido escrito: “Porque meu povo cometeu uma dupla perversidade: abandonou-me, a mim, fonte de água viva, para cavar cisternas, cisternas fendidas que não retêm a água.” (Jeremias 2:13). E mais uma vez a Bíblia Sagrada adverte dizendo: “Bebe a água do teu poço e das correntes de tua cisterna.(Prov. 05:15) Pois a água deve ser primeiro purificada e santificada pelo sacerdote, a fim de que ela possa ser capaz de enxugar com a sua eficácia batismal os pecados da pessoa a ser batizada. Através de Ezequiel, o profeta, o Senhor diz: Derramarei sobre vós águas puras, que vos purificarão de todas as vossas imundícies e de todas as vossas abominações. Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um espírito novo; tirar-vos-ei do peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne.” (Ez 36 :25-26). Mas como pode alguém que é impuro se purificar e santificar a água, quando não há nele o Espírito Santo, e o Senhor diz no Livro dos Números: "Tudo o que tocar o impuro será manchado” (Nm 19:22) . Como pode alguém que tem sido incapaz de depositar os seus próprios pecados fora da Igreja administrar o batismo a outra pessoa para deixá-lo ter a remissão dos pecados? Mas mesmo a questão em si, que surge no batismo é um testemunho da verdade. Ao dizer para o que está sendo batizado, "Crês em uma vida eterna, e que tu deve receber a remissão dos pecados?" estamos dizendo nada mais do que pode ser dado na Igreja católica, mas que entre os hereges, onde não há Igreja, é impossível receber a remissão dos pecados. E por esta razão os defensores dos heréticos deveria, quer para alterar a essência da questão para outra coisa, ou então dar a verdade um julgamento, a menos que tenham algo a acrescentar a Igreja a eles, como um bônus. Mas é necessário para qualquer um que foi batizado ser ungido, a fim de que, ao receber o Crisma, ele possa se tornar um participante em Cristo. Mas nenhum herege pode santificar óleo, sendo que ele não tem nem um, nem altar de uma igreja. Nem uma gota de crisma pode existir entre os hereges. Pois é óbvio para você que nenhum óleo pode ser santificado entre eles para uso em conexão com a Eucaristia. Por que devemos estar bem consciente, e não ignorantes, do fato de que tem sido escrito: "Não deixe que o óleo de um pecador unja a minha cabeça" Salmo 140:05; que, de fato, mesmo nos tempos antigos, o Espírito Santo deu a conhecer, com salmos, para que ninguém, tendo sido desviado e desviados do caminho reto, ser ungido pelos hereges, que são adversários de Cristo. Mas como aquele que é, não um sacerdote, mas um sacrilegista e pecador, rezar pelos batizados, quando a Sagrada Escritura diz que Sabemos, porém, que Deus não ouve a pecadores, mas atende a quem lhe presta culto e faz a sua vontade.” (João 9:31). Através da Santa Igreja, podemos conceber a remissão dos pecados. Mas quem pode dar o que ele não tem consigo mesmo? Ou como se pode fazer trabalhos espirituais, quem tornou-se destituído do Espírito Santo? Por essa razão ninguém que se junta à Igreja deve ser renovado, a fim de que dentro através dos elementos santos ele se torne santo. Porque está escrito: "Sede santos, assim como eu mesmo sou santo, diz o Senhor" (Lev. 19:02; 20:7), a fim de que mesmo aquele que foi enganado por argumentos ilusórios possa lançar em engano o verdadeiro batismo na Verdadeira Igreja quando como um ser humano ele se aproxima de Deus e procura um padre, mas, depois de ter se desviado em erro, se depara como um sacrilegista. Para simpatizar com pessoas que tenham sido batizados por hereges é o mesmo que aprovar o batismo administrado por hereges. Pois não se pode conquistar em parte, ou vencer qualquer um parcialmente. Se ele foi capaz de batizar, ele conseguiu também a transmissão do Espírito Santo. Se ele não foi capaz, porque, estando fora, ele não tinha o Espírito Santo, ele não pode batizar a próxima pessoa. Não havendo, mas um só batismo, e não ser, mas um só Espírito Santo, mas há também uma só Igreja, fundada por Cristo, nosso Senhor sobre (Pedro Apóstolo no começo dizendo) unicidade e unidade. E por esta razão que eles fazem é falso e vazio e vão, tudo que está sendo falsificado e não autorizado. Em vão é o que eles fazem e não pode ser aceitável e desejável a Deus. Na verdade, o Senhor os chama seus inimigos e adversários nos Evangelhos: "Aquele que não está comigo é contra mim, e aquele que comigo não ajunta, espalha" (Mateus 12:30). E o bem-aventurado Apóstolo João, que guardado os mandamentos do Senhor, declarou de antemão em sua epístola: "ouvistes que o anticristo virá, mas até agora não vieram a não ser muitos anticristos" (1 João 2:18). Por isso sabemos que é a última hora. Eles saíram de nós, mas não eram de nós. Por isso nós também devemos entender e pensar, que os inimigos do Senhor, os chamados anticristos, não poderiam dar a graça do Senhor. E por esta razão nós que estamos com o Senhor, e que estamos defendendo a unicidade e unidade do Senhor, e depois a medida de seu valor impregnando-nos com isso, exercer seu sacerdócio na Igreja, devemos reprovar, recusar e rejeitar, e tratar como tudo, profano feito por seus adversários, isto é, inimigos e anticristos. E para aqueles que do erro e da desonestidade chegar o conhecimento da verdadeira e eclesiástica fé que devemos dar livremente o mistério do divino poder, de unidade, bem como de fé e da verdade.
 
(Can. Ap. cc XLVI, XLVII, LXVIII;. 2º Conc Ecum can. VII;. 6º  Conc.
XCV)

Interpretação.

 O presente Cânon prova, por meio de muitos argumentos, que o batismo administrado por hereges e cismáticos é inaceitável, e eles devem ser batizados quando retornam à ortodoxia da Igreja Católica. 1) Porque há um só batismo, e porque este pode ser encontrado somente na Igreja Católica. Hereges e cismáticos, por outro lado, estando fora da Igreja Católica, não têm, em conseqüência, nem mesmo um batismo. 2) A água utilizada no batismo deve primeiro ser purificada e santificada por meio de orações dos sacerdotes, e pela graça do Espírito Santo; depois ela pode purificar e santificar a pessoa a ser batizada nela. Mas os hereges e cismáticos não são sacerdotes, sendo, na verdade, o inverso sacrilegistas, nem limpos, nem puros, sendo na verdade impuros e imundos, nem santo, por não ter de forma alguma o Espírito Santo. Então, nem tampouco terão eles o batismo. 3) Através do batismo na Igreja Católica é dada a remissão dos pecados. Mas através do batismo administrado por hereges e cismáticos, na medida em que estão fora da Igreja, como pode qualquer remissão dos pecados ser dada? 4) A pessoa deve ser batizada, depois que ela é batizada, ser ungida com o miron preparados a partir de azeite de oliva e especiarias diversas, que foi santificado pela visitação do Espírito Santo. Mas como pode um herege santificar qualquer miron, tal como quando uma questão de fato ele não tem o Espírito Santo por causa de estar separado dele por motivo de heresia ou cisma? 5) O sacerdote deve orar a Deus para a salvação de quem está sendo batizado. Mas como pode um herege ou um cismático ser ouvido por Deus, quando, como já dissemos, ele é um sacrilegista e um pecador (não tanto por conta de suas obras, mas sim por causa da heresia ou cisma, sendo estes os maiores pecados de todos os pecados), no momento em que a Sagrada Escritura diz que Deus não escuta os pecadores. 6) Porque o batismo administrado por heréticos e cismáticos não pode ser aceitável a Deus como batismo, já que são inimigos e os inimigos de Deus (isto é, mutuamente), são chamados de anticristos por João. Por todas essas razões, então, este Cânon e outros presentes, com um olhar para a precisão e rigor, insiste que todos os hereges e cismáticos devem serem batizados, acrescentando também a observação de que esta opinião - que qualquer batismo, isto é, administrado por hereges ou cismáticos é inaceitável - não é novidade dos Pais deste Concilio, mas, pelo contrário, é velho, experimentado e testado por seus antecessores (que desde cedo veio trazido pelos sucessores dos Apóstolos) com grande diligência e precisão, e é consistente em todos os aspectos com Cân Ap. cc. XLVI, XLVII, e LXVIII. Não só o Cânon presente rejeita o batismo administrado por hereges e cismáticos, de comum acordo, mas também no privado e individualmente cada um dos 84 Pais presentes no Concílio, com um argumento separado - o que é o mesmo que dizer, com oitenta e quatro argumentos distintos - o rejeitaram. É por isso que o 2º Concílio Ecumênico em seu cân. VII reservou o presente Canon a parte (mas se não reservou-o para tudo, ele fez isso por meio de "economia" e de concessão, e não no pleno respeito da precisão, como já dissemos na nota de rodapé para o Cân. Ap. XLVI ), e o 6º Conc. Ecumênico em seu cân. II sancionou e ratificou (embora possa ser dito que se aplicava apenas para as regiões da África, ainda, uma vez que realmente sancionada e ratificada, ele confirmou ainda mais, e não revogou ou anulou-o). São Basílio Magno, também, aceita-a no seu cân. I. Veja também a nota de rodapé para o referido Cân Ap. cân. XLVI. Outro. O Concílio Ecumênico aceitou e ratificou as declarações dos Concílios em seus mais particulares detalhes, e de fato pelo nome os Cânones de São Basílio, o Grande, como vimos no c. II do 6º . Por isso, é para ser logicamente inferir que eles aceitaram e confirmaram juntos com ele tudo o que os Concílios Regionais e S. Basílio, o Grande, tinha anteriormente decretado e, portanto, é corretamente e com confiança e certamente concluiu que todos os hereges devem sem dúvida serem batizados. Quanto à "economia" que certos pais empregaram por um tempo, não pode ser considerada tanto como uma lei ou um exemplo, mas se fosse para investigar a forma correta a matéria, seria, finalmente, descobrir que esses hereges que o Segundo Concílio Ecumênico aceitou "economicamente" eram em sua maioria pessoas em ordens sagradas que tinham sido já devidamente batizados, mas sucumbiu a alguma heresia, e por causa disso, a Igreja empregava essa "economia". A verdade, porém, da divina Escritura, e motivo certo provam incontestavelmente que todos os hereges devem ser batizados. 

sábado, 4 de fevereiro de 2012

39. Aliança do Papado com os Francos. O Estado da Igreja. Ruptura com Bizâncio.



Traduzido pelo Presbítero Pedro Anacleto

1.                  Ao falar de Gregório Magno já pudemos comprovar que seu olhar se voltava para os povos bárbaros da Europa, para congregá-los por meio da evangelização em torno a Roma, a cátedra Petri. Esta tendência foi seguida cada vez mais intensamente pelos papas do século VIII. Foi um movimento paralelo à confrontação com os imperadores romanos do Oriente e a uma progressiva separação deles, e se expressou na experiência de que "todo o Ocidente tem grande confiança em nós e em São Pedro, a quem todos os reinos do Ocidente veneram como a Deus na terra," e estão dispostos a defender ao papa contra o imperador iconoclasta. Efetivamente, as milícias de Pentápolis e Veneza responderam a uma chamada semelhante do Papa Gregório II, da qual são as palavras anteriormente citadas, dirigidas ao imperador Leão III.
Papa Gregório II 

Imperador Leão III

Não é possível comprovar se ditas manifestações estiveram já inspiradas na idéia de um novo Império ocidental em união com a Igreja ou se a ameaça econômica e política do Oriente, junto com a idéia religiosa da evangelização nórdica (a legatio romana de Bonifácio!) sob o reinado e com a ajuda dos príncipes francos, fez surgir um novo programa eclesiástico-político. A evolução efectiva, que haveria de culminar primeiro na aliança entre o papado e os francos e, depois, no novo Império romano ocidental e a vinculação do papado com ele, é em todo caso deduzível dos acontecimentos históricos.
De momento, aqui nos ocupamos só com as primeiras etapas: Gregório II já tinha planejado uma viagem aos povos do Norte. Gregório III ainda chamou em vão a Carlos Martel no ano 739, para que se encarregasse da proteção de São Pedro. A realização efetiva abriu caminho graças à decisão do Papa Zacarias, como veremos, e às viagens dos papas através dos Alpes e, logo, aos dos reis nórdicos até Roma, donde das mãos do vigário de São Pedro e junto a seu sepulcro recebiam, mediante unção consacratória, a dignidade imperial universal.

Papa Zacarias

Desde o princípio houve uma grande tensão (decisiva em seus efeitos históricos) entre os objetivos e ao conceito dos bispos romanos por uma parte e dos francos por outra. Os papas elevaram ao mordomo dos francos à dignidade real e logo o fizeram imperador, a fim de que como patrício romano protegesse a Igreja de São Pedro. A autoridade quase absoluta do rei franco sobre sua Igreja territorial, que logo se converteria em Igreja imperial, pretendeu muito mais. Mas, desde logo, isto não correspondia em absoluto ao ideal eclesiástico-universal dos papas.

Segundo a diversa situação política objetiva, as pretensões de ambas as partes se faziam respectivamente mais unidas ou se recuavam: mas a tensão como tal se manteve e fez que a evolução avançasse, tal como agora poderemos segui-la ao longo da história da Idade Média. A aliança entre o papado e os francos e logo entre o papado e o império fez que a Idade Media alcançasse seu apogeu. Mas os problemas inerentes a esse processo não se solucionaram ao todo e por isso a Idade Media se quebrou, por assim dizer, em si mesma.

A análise e as considerações que seguem não devem se interpretar em um sentido político excessivamente realista. Os francos ocuparam o lugar dos "gregos," isto é, dos romanos do Oriente; mas se diferenciavam fundamentalmente deles pela anteriormente dita veneração dos germanos (não isenta de infantilismo) a Pedro, o porteiro do céu, e pelo consequente reconhecimento real (que, nem por isso, não deve entender-se no sentido demasiado estrito) de seus sucessores e representantes, os papas.

2. Bonifácio havia vinculado estreitamente a Igreja franca com Roma. O bispo de Roma, o Papa Zacarias, se dirigiu a Pepino no ano 751. Uma vez que Carlos Magno abandonou o governo, Pepino foi o único dono do poder político, mas todavia não estava assegurado contra a competência de seus filhos, que entretanto haviam alcançado a maior idade. Ao longo, só a dignidade real podía proteger eficazmente sua posição de força. Por isso ele, que já era "senhor" da Igreja territorial franca, perguntou ao papa "se quem já possuia o poder real não deveria também ser rei." A pergunta implicava indiretamente o reconhecimento, até então inaudito, de uma autoridade do papado com caráter vinculante no plano estatal. Zacarías concordou a elevar o mordomo à dignidade real. Pepino foi eleito rei. Os bispos o conferiram uma unção que outorgou ao reino franco uma consagração cristã-eclesial e com isto uma nova autoridade. Dadas as circunstâncias, isto significou ao mesmo tempo uma união do rei franco com Roma.

Não importa se foi Bonifácio que ungiu a Pepino ou se esta unção a realizaram outros bispos francos; em qualquer caso, aqui encontrou sua continuação à obra mais pessoal de Bonifácio e aqui se iniciou aquela grandiosa aliança de Carlos Magno com a Igreja, que daria origem à verdadeira Idade Média.

3. Esta aliança entre o papado e os francos se completou, reinando ainda Pepino, com o Papa Estevão II (752-757). A Itália todavia pertencia nominalmente ao Império Romano do Oriente; em Ravena residia o representante do imperador (§ 35), mas sua influência política se havia debilitado enormemente. Porém, o papa continuava sendo súdito político de Bizâncio; até os documentos papais se datavam ao modo bizantino, e os papas da época, apesar da mútua hostilidade, guardaram aos imperadores bizantinos fidelidade durante um tempo surpreendentemente longo. Por outra parte, o prestígio secular e o valor político real do papa cresceram uniformemente (§ 35). Mas os longobardos queriam Ravena e Roma e se possível, toda Itália. Gregório III foi o primeiro papa que solicitou de Carlos Martel ajuda e proteção contra eles, mas em vão. Quando a pressão dos longobardos se fez questão de vida ou morte (conquista do exarcado de Ravena e de Pentápolis pelo rei Astolfo, 749-756) e novamente não chegou ajuda alguma do imperador, o Papa Estevão II se dirigiu àquele soberano que, em boa parte, devia sua coroa ao papado. Conduzido e protegido pelos legados francos, em Pavia se separou não só do rei longobardo (muito apesar deste último!), senão também dos legados do imperador romano oriental, e no Império dos francos teve com Pepino dois encontros de suma importância para a história universal, primeiro em Ponthion e logo em Quierzy. Concluidas as negociações, na Páscoa do ano 754 e na abadia real de St. Denis consagrou a Pepino pela segunda vez (e ao mesmo tempo a sua mulher e a seus dois filhos; assim, pois, também ao que logo seria Carlos Magno).

Rei Astolfo  

Papa Estevão II

4. Que com isto não ficaram por tudo eliminadas as profundas tensões existentes é evidente por si mesmo e pelas peculiaridades da constelação histórica; já iremos conhecê-las.

a) Inclusive esta mesma união (e com ela a futura unidade do Ocidente) não ficou assegurada de uma vez para sempre. Os laços dos papas com o supremo senhor político da Roma oriental não estavam definitivamente quebrados. Os papas, como já se tinha dito, seguiram ainda muito tempo datando seus documentos segundo os anos do reinado Basileus, "nosso senhor"; em Constantinopla, apesar do grave escândalo que provocou o proceder do bispo de Roma, se entendeu a união com os francos antes de tudo como uma tentativa de defesa contra o inimigo comum, os longobardos. De fato, o perigo por este lado era muito grande: o piedoso Carlos Magno abandonou inesperadamente seu mosteiro, a instancias do longobardo Astolfo, para fazer fracassar a união do papa com Pepino; de êxito se beneficiaram também seus filhos adultos. De acordo com Pepino, o papa mandou trancar em um mosteiro franco ao monje fugitivo, antigo mordomo, junto com seus dois filhos.

Mas os francos em absoluto consideraram definitiva a aliança sem por nenhum reparo; por exemplo, do importante título de "patrício" não fizeram uso até depois da conquista do reino longobardo, quando dito título representou não somente deveres, senão também direitos.

A íntima tensão entre sacerdotium e imperium se evidenciou já no princípio da aliança: o informe romano sobre o sucedido em Ponthion-Quierzy é essencialmente diferente do franco na forma no conteúdo.
Nem porém, aqui havía ocorrido algo decisivo. Se haviam assentado as bases para o futuro, no sentido da aliança eclesiástico-política medieval.

b) Se estabeleceu uma série de ações cheias de simbolismo e se formulou uma série de exigências e reconhecimentos historicamente vinculantes: Pepino havia prestado ao papa serviços de cavalaria maior, que no cerimonial cortesão bizantino únicamente podiam prestar-se ao imperador (pela primeira vez aparece uma vaga indicação do papa como imperador!). Por sua parte, Estevão, no dia seguinte, vestido de saco e cinza, se havia se jogado aos pés de Pepino e o havia rogado, pelos méritos do príncipe dos apóstolos, que o livrara das mãos dos longobardos. Há que ter muito em conta que o sócio de Pepino neste convenio em definitivo não é o papa, senão Pedro, o porteiro celestial, cujos "bens" roubados devem ser restituídos a seu legítimo propietário. Com o qual Pepino assume a defesa dos privilégios de Pedro 25.

As fontes não nos oferecem um quadro unitário e claro. O novo está junto ao velho de forma imediata, mas ainda, inconciliável. Se pode quase palpar com as mãos que tudo está a vir. Umas vezes parece perceber-se confusamente uma íntima contradição ou divergência, outras parece que conscientemente se pretende não sair da ambigüidade.

Quaisquer que tenham sido em concreto as intenções, no fundo o poder profético-espiritual do sumo sacerdote logrou aqui uma legitimação política, isto é, um poder político: o eclesiástico-pontifício, com grande estilo, penetrou directamente no político-temporal. A união e, em certo modo, a mescla de ambas esferas, base para toda a Idade Média, se deu já aqui, aceitado por ambas as partes, ainda que, como já se tem dito, arrastrando certas confusões e, sobre tudo, sem que as tensões mais profundas pudessem serem eliminadas.

c) O proceder de Estevão significou de fato, ainda que não formalmente, a ruptura com Bizâncio, ou seja, a ruptura com o antigo Império romano: desde este momento o papado seguiu, em medida sempre crescente, seu próprio caminho político. O papa exigiu que a ele se restituísse a zona do imperio como possessão jurídica, conferiu a Pepino o título de patricius, que até então havia sido concedido exclusivamente pelo imperador (com este caso pode ver se como o Bispo de Roma exerce poderes que a ele não corresponde canônicamente (poder político) e começa a desviar por um caminho diferente do resto da Igreja Universal Ortodoxa, buscando sempre o poder temporal, o do império), e com isto transferiu ao rei dos francos e a sua casa a função protetora de exarca imperial de Ravêna. De fato, Pepino atravessou duas vezes os Alpes (754 e 756) para proteger o papa. Entregou à Sede Romana as zonas arrebatadas por ele aos longobardos (Pepino mandou que as chaves das cidades conquistadas fossem depositadas no sepulcro de São Pedro). O papa se converteu em um soberano temporal; por meio desta "doação de Pepino" se fundou o "Estado da Igreja" com Roma inclusa (756). O papa, pois, ficou políticamente sob a proteção dos reis francos. Mas não tardaria em chegar o momento em que este poder de proteção haveria de converter-se em uma supremacia política (cf., a este respeito, o mapa 17).

5. Estas concepções (sob muitos aspectos tão diversos, mas ao principio ainda não claramente delimitadas) sobre a essência e a missão de cada um dos dois "supremos" poderes e sua relação mútua encontraram ao longo dos séculos uma expressão literária cada vez mais rica, primeiro em forma de documentos (autênticos ou falsos), logo depois de tratados teóricos e, finalmente, de libelos e escritos polêmicos.

Como sempre ocorre em tão complicados processos, o mais importante são os fundamentos e a tendência evolutiva que neles se aponta.

a) Um dos principais objetivos da Igreja de Roma foi sua indepêndencia da pressão do Estado, ou seja, do imperador romano ou romano-oriental. Este motivo ficou refletido na lenda de São Silvestre, isto é, em uma narração fabulada segundo a qual o papa Silvestre I havia batizado a Constantino o Grande e o havia livrado com isto da lepra; em agradecimento o imperador havia dado ao papa valiosos presentes (por exemplo, o palácio de Latrão).

São Silvestre 

Constantino o Grande 

Palácio de Latrão

b) Esta lenda encontrou sua redação literária definitiva em um documento falsificado: a chamada "Doação de Constantino," que haveria de revestir fatal importância para a evolução do Ocidente, especialmente para a relação sacerdotium e imperium. Por desgraça não se pode por definitivamente em claro nem o tempo nem o lugar de origem de tal documento. Junto a tendencias romano-papais se encontram também elementos que permitem deduzir influências francas. Na ordem política e político-eclesiástica esta falsificação foi utilizada únicamente pelos papas, esporadicamente no século X, mais intensamente no século XI e de forma geral desde o século XII. Já Otão I e excepcionalmente Otão III (em um documento do ano 1001) a consideraram uma falsificação. Mas logo foi tida por autêntica durante toda a Idade Média. No século XV, por fim, foi demonstrada sua falsidade (entre outros, por Nicolás de Cusa, § 71). 

"Doação de Constantino,"   

Otão I  
  
Otão III   

Nicolás de Cusa

c) O documento falso se fez passar por decreto imperial a favor do Papa Silvestre e seus sucessores "até o fim deste tempo terreno."

Esta falsa "doação de Constantino" foi depois recolhida como a peça principal na chamada "Recopilação de Decretais" do Pseudo-Isidoro (cf. § 41, II, 3).

6. É evidente que também nós devemos tomar postura ante tão massivas e falsas afirmações, que tanta trascendência histórica tiveram.

a) Na Idade Média foram frequentes as falsificações de documentos 26. O atual conceito de falsificação de um documento era desconhecido naqueles séculos, alheios por inteiro ao modo de pensar histórico. A pouco se tratava de formular um direito autêntico, mas não garantido por escrito. Em outros casos se tratava de fortalecer a própria posição por meio de documentos inventados. Nas peças falsas da recopilação pseudo-isidoriana se transluz as duas formas de pensar. O decisivo é a datação anticipada contrária à verdade (ou também a invenção de documentos "antigos") com o fim de dar às idéias hierocráticas sustentadas o caráter de dignidade apostólica ou proto-cristã.

As decretais pseudo-isidorianas desempenharam depois um papel muito importante na criação da supremacia papal, específica da Idade Média. O fato de que muitas das peças contidas nelas sejam falsas se considera como um grave peso contra o catolicismo. Pois, desde o ponto de vista histórico, a evolução ao pleno poder típicamente medieval do papado se realizou, efetivamente, também com a ajuda daquelas peças falsas. Daí que um juízo puramente espiritualista acredita poder discutir o direito do efectivo desenvolvimento da soberania do papa. Mas é precisamente este juízo moderno dos sucessos de então o que resulta grosseiramente anti-histórico; visto a conexão então existente entre poder material, político e espiritual (entre os representantes do sacerdotium, do regnum e do imperium), tal juízo é insustentável. Também, o núcleo central de toda a tendência era a exaltação do religioso-eclesiástico, mas concretamente o papal, sobre o mundano. Nem porém toda esta grave problemática, que veremos com detalhe dentro deste complexo, não podemos sem mais nem negar a legitimidade histórica do dito núcleo central.

b) Diante de tudo: o primado dogmático de jurisdição, que não está condicionado pelo tempo histórico, é totalmente independente desses falsos apoios. O fundamento bíblico (inclusa a tendência orgânica de desenvolvimento, essencial à Igreja) não tem nada a ver com eles. Que, por outra parte, também ditas falsificações tem contribuído a robustecer a idéia do papado é outro testemunho histórico de como o caminho da revelação pela historia e a forma de seu crescimento histórico tem estado sempre muito unido à respectiva situação histórica. Um resultado desta evolução, "o poder absoluto do papa no temporal," acabará na alta e tardia Idade Média exagerando a implicação do eclesiástico e do temporal de uma forma que resultará na maioria das vezes gravemente nociva para o religioso-eclesiástico. Mas enquanto ao resultado essencial, o primado de jurisdição, também esta evolução participa no mistério da felix culpa.

25 Responde a esta concepção o fato de que Pepino no mesmo ano, fez que a liturgia romana fosse obrigatória para a Igreja Franca, substituindo a antiga e venerável liturgia gálica.

26 No âmbito diretamente histórico-eclesiástico, já o Papa Nicolau I, em seu longo escrito de protesto dirigido ao imperador Miguel III (865), criticou aos gregos a falsificação das cartas pontifícias como algo que sucedia frequentemente. As gestões dos concílios e as assembléias ocorridas sob Fócio confirmam este juízo.
CE, 2005.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O Concílio realizado no Templo de Santa Sofia


O Concílio realizado no Templo de Santa Sofia (Sabedoria)

Traduzido pelo presbítero Pedro Anacleto

Prolegomena.


O Santo Concílio que foi convocado na parte do lado direito dos catecúmenos um quarto "da Grande Igreja, também conhecido como o Templo de Santa Sofia (Sabedoria), foi realizada no ano 879 depois de Cristo e no décimo terceiro ano do reinado de Basílio, o Macedônico. Foi assistido por 383 pais, dos quais os de maior destaque foram: o Santíssimo Patriarca de Constantinopla Fótios; Pedro, o Presbítero, um cardeal e legado do Papa João, juntamente com Paulo e Eugenio; Elias presbítero, o legado do Patriarca de Jerusalém Teodósios; Presbítero Cosmas, o apocrisarius de Miguel, o Patriarca de Alexandria; Basílios, o Bispo de Martirópolis e legado de Teodósios, o Patriarca de Antioquia. Este Concílio foi realizada, principalmente e, principalmente, a fim de acabar com os escândalos que surgiram entre os orientais e os ocidentais em relação à Bulgária, mas em adição aos mesmos com a finalidade de efetuar a união dos bispos que haviam dividido por conta da expulsão de Inácio e da ordenação de Fócios. Para este Concílio, após proclamar o 7º Santo Concílio Ecumênico e ter sido verdadeiramente ecumênico, e classificá-lo juntamente com os outros seis Concílios Ecumênicos, e anatematizando todos aqueles que não o classificaram-no (pois havia algumas pessoas na França) que reconheceram o Santíssimo Patriarca Fotios e o proclamaram-no Patriarca legal e canônica de Constantinopla, e repudiaram e proibiram os Concílios que tinham sido realizados contra Fótios em 'Roma e Constantinopla. Tendo feito estas coisas, e nas Sextas e Setimas Atas tendo corretamente e piedosamente decretados que o Santo Credo (ou Símbolo da Fé) deve permanecer sem inovação e imutável para sempre, e pronunciaram terríveis anátemas contra qualquer pessoa que se atrever a juntar-lhes qualquer coisa ou daí remover qualquer coisa, eles também emitiram os presentes três Cânones em sua quinta ata, Canones que são necessários para o decoro e estabilização da Igreja e que foram e são aceitos por nossa Igreja inteira como genuínos, assim como todos os exegetas dos sagrados cânones em comum que declaram e afirmam, e de fato, o Nomocanon de Fótios.


Cânones.

1.                  Este santo Concílio ecumênico e decretou que, até agora ao que diz respeito a qualquer clérigo, leigo, ou bispos da Itália que estão na Ásia, na Europa ou na África, sob vínculo, ou em deposição, ou anátema imposto pelo santíssimo Papa João, todas essas pessoas receberam na mesma condição de penalização também pelo Santíssimo Patriarca de Constantinopla Fótios. Isto é, que seja deposto, ou anatematizado, ou excomungados. Todas as pessoas, por outro lado, a quem Fótios nosso Patriarca santíssimo condenou ou pode condenar à excomunhão, ou à deposição, ou anatematização, em qualquer diocese que seja, clérigos ou leigos, ou qualquer das pessoas que estão na categoria prelatícia ou sacerdotal, devem ser tratados da mesma forma pelo Santíssimo Papa João, e sua Santa Igreja de Deus dos Romanos, e estarão na mesma categoria de penalização. Nada, no entanto, deve afetar as prioridades devido ao sacratíssimo trono da Igreja dos Romanos, nem deverá nada redundar o detrimento de seu presidente, como tocar a soma total das inovações, seja agora ou em qualquer momento daqui em diante.


(Cân. Ap. cc XII, XIII, XXXII;. C. VI de Antioquia; c. XIV de Sardica,.. Cc XI, XXXVII, CXLI).


Interpretação.
A fim de trazer um fim pacífico a muitos escândalos e dissidências que tinham surgido naquela época entre a Igreja do Oriente e do Ocidente, como entre os Papas Nicolau e Adriano de Roma e o Patriarca Fótios de Constantinopla, pela causa primária do que tinha sido a província da Bulgária, como já dissemos, o presente Cânon deste Concílio decreta que todos os clérigos e leigos e bispos que foram excomungados ou depostos ou anatematizados pelo Papa João de Roma, estejam eles localizados na Europa ou na Ásia ou na África , devem serem excomungados e depostos e anatematizados também pelo Patriarca Fótios de Constantinopla. E, inversamente, todas as pessoas, que têm sido excomungadas ou depostas ou anatematizados em qualquer região da terra pelo Patriarca de Constantinopla, devem serem excomungados, depostos e anatematizados também pelo Papa de Roma, sem os privilégios da Igreja do Romanos, e do Papa neles afetarem negativamente, agora ou no futuro, este significado, isto é, que o Papa é para ser o primeiro na ordem de honra com relação aos outros quatro Patriarcas. No entanto, essas coisas foram feitas naquela época, quando a Igreja dos Romanos não tinha nem escorregado na Fé, nem tinha qualquer desavença com nós Gregos. Mas agora nós não temos união ou comunhão com ela, por conta dos dogmas heréticos que a ela se anexou. Veja também Cân. Ap. c. XXXII.

2. Embora até então alguns bispos tendo descido para o hábito dos monges, tendo sido forçados a permanecer na altura da prelazia, têm sido ignorados quando o fizeram. Mas, com isto em mente, este santo e ecumênico Concílio, com vista a regulamentar esse descuido, e reajustar essa prática irregular aos estatutos eclesiásticos, decretou que, se algum bispo ou qualquer outra pessoa com um escritório prelatício esteve desejoso de descer à vida monástica e repreencheu na região de penitência e de acese, deixe-os pois ele não valoriza qualquer pretensão à dignidade prelatícia. Para os monges de condição de subordinação representarem a relação de observador, e não de professor ou de presidência; nem comprometem-se a pastorearem a outros, mas devem se contentarem em serem pastoreados. Portanto, de acordo com o que foi dito anteriormente, nós decretamos que nenhum daqueles que estão na lista prelatícia e estejam inscritos como pastores devem-se a rebaixarem ao nível de pastoreados e arrependidos. Se alguém se atreve a fazê-lo, após a entrega e desiguinação da decisão que vem sendo pronunciada, tendo ele privado de seu posto prelatício, deverá não mais ter o direito de regressar ao seu antigo estado, que por ações ele tem viciado.

Interpretação.
O Presente Canon proíbe bispos e pastores descerem da alta dignidade prelatícia e ofício ao hábito dos monges (assim como eles também estão proibidos a renunciarem a sua província, com exceção apenas por conta de crimes canônicos que eles têm a seu descrédito , impedindo-os de estarem nas ordens sagradas, e confessadas por eles a seus pais espirituais. Para renunciar antes, eles teriam sido habilitados a descerem ao posto dos monges). Mas se alguém se atreve a fazê-lo, depois de tomar essa decisão, que ele não possa de qualquer forma manter o alto cargo da prelazia, ou executar qualquer função prelatícia; para o primeiro de todos os acordos a que os monges entram em conexão com o hábito são acordos de subordinação social, ou obediência (ou discipulado), e de arrependimento (ou penitência), mas não de autoridade e de mestrado e de uma vida fundamentada na irrepreensibilidade, que são os méritos do cargo de bispo . Essas coisas, sendo contrárias uma a outra, não podem serem encontradas unidas na mesma situação. Em segundo lugar, o fato de que os monges se privaram da categoria de prelazia, e por isso não é possível a eles recuperarem de novo o que eles perderam por atos ou obras reais. Não obstante o que até então alguns bispos têm cometido essa impropriedade, a partir de agora, entretanto, e doravante não deixe que isso seja feito.


3. Se qualquer leigo, depois de se tornar um homem de autoridade, e conceber um desprezo por injunções divina e imperial, e rindo com escárnio dos estatutos e leis da Igreja, se atreve a atacar a qualquer bispo, ou a prender um, sem razão ou causa , ou por um motivo ou causa fictícia, que o tal esteja em anátema. (Cân. Ap. LV).


Interpretação.

O mundo nunca foi livre de males. Assim, o parecer do sábio é verdade quando diz que a maioria dos homens são maus. Pois aqui, eis que você pode ver por si mesmo a prova disso no fato de que em tempos mais antigos bispos foram espancados e presos por leigos. O que é um ultraje! É por isso que o presente Cânon manda que um leigo seja anatematizado, se depois de receber autoridade e poder, ou depois de se tornar a causa de sua própria morte (ou psíquica) mental (para a palavra grega, diz o autor, que aqui é traduzida ao português como "um homem de autoridade", também significa "auto-assassino", ou aquele que é normalmente chamado de suicída em português), ele deve mostrar desprezo pela ordem imperial e os comandos, ao mesmo tempo rir em desprezo tanto das tradições não escritas e as leis escritas da Igreja, e se atrevem (para ele é verdadeiramente um pedaço enorme de ousadia e audácia para qualquer um atingir qualquer bispo) a atacar um bispo (ou, mais explicitamente, não apenas o bispo, com o artigo definido, isto é , o personagem notável e oficial, mas mesmo o mais humilde, mais pobre e, casual bispo), ou colocá-lo na prisão, ou sem justa causa ou em uma falsa acusação que ele próprio tem forjado. Mas o que é um anátema? Veja o Prolegomena do Concílio realizado em Gangra. Leia também Cân. Ap. LV.

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Attikis, Greece
Sacerdote ortodoxo e busco interessados na Santa Fé, sem comprometimentos com as heresias colocadas por aqueles que não a compreendem perfeitamente ou o fazem com má intenção. Sou um sacerdote membro da Genuina Igreja Ortodoxa da Grecia, buscamos guardar a Santa Tradição e os Santos Canones inclusive dos Santos Concílios que anatematizam a mudança de calendário e aqueles que os seguem, como o Concílio de Nicéia que define o Menaion e o Pascalion e os Concílios Pan Ortodoxos de 1583, 1587, 1593 e 1848. Conheça a Santa Igreja neste humilde blog, mas rico no conteúdo do Magistério da Santa Igreja. "bem-aventurado sois quando vos insultarem e perseguirem e mentindo disserem todo gênero de calúnias contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos pois será grande a vossa recompensa no Reino dos Céus." "Pregue a Verdade quer agrade quer desagrade. Se busca agradar a Deus és servo de Deus, mas se buscas agradar aos homens és servo dos homens." S. Paulo. padrepedroelucia@gmail.com